sexta-feira, 12 de novembro de 2010

FRASES FEITAS

FRASES FEITAS


O repórter, famoso por suas diatribes e ainda mais por sua incoerência, num dia atacou os padres, no outro, os pastores, dias depois, os boiolas, mas no dia seguinte defendeu os homossexuais distinguindo filosoficamente entre homossexualidade e boiolice, na quarta seguinte atacou os políticos corruptos e na quinta elogiou um político da região, seu amigo, sabidamente corrupto. Semana depois, atacou os ditadores comunistas, no outro dia, os ditadores direitistas e quatro dias depois as democracias que tudo permitem. No dia seguinte ao ataque às democracias permissivas, defendeu a nudez nas praias e piscinas particulares, dizendo que cada um deve ser quem deseja ser e fazer o que deseja fazer, porque cada qual é quem é; ninguém tem anda que se meter na vida de ninguém. Mas tornou a atacar os padres e pastores. Uma semana depois pedia intervenção das autoridades porque um parente seu estava ameaçado por traficantes. Suas frases feitas e gritadas na hora eram todas contraditórias. Dependiam do seu humor do momento. Mas tinha enorme audiência por conta de suas frases de efeito.

O mesmo fez o pregador que todos os dias falava por meia hora no programa de sua igreja. Ora Jesus perdoava, ora não; ora Deus castigava, ora não; ora Deus queria e ora não queria.

Estavam mais ou menos certos, mas não explicavam o contexto. Suas frases não vinham seguidas de explanação. Acontece com eles e conosco. Muitas vezes falamos sem pensar. E a palavra sem contexto não passa de um texto que, muitas vezes, é nada mais do que um pretexto. Na verdade a pessoa queria outra coisa.

Rosa de abril Padre Zezinho,scj

ADORADORES RADICAIS

ADORADORES RADICAIS




Ouvi esses dias um pregador falar da “cultura de pentecostes” e do “povo de adoradores radicais”. Não se aprofundou, por isso não sei o que ele quis afirmar. Se explicasse em que consiste esta cultura dentro da cultura cristã e, dentro da Igreja Católica o que significa ser um “adorador radical” seria mais fácil dialogar com ele.

É que eu me considero pregador da cultura do coração solidário e penso que sou um adorador moderado. Sigo ou tento seguir Mt 5, 23. Já, Jesus diz que a oferta diante do altar espera. O radical é criar um clima de paz. A oferta pode vir depois. Mas o diálogo tem que vir agora, já.

Então, não acho que basta louvar e orar. Releio Mateus 7, 15-23 e vejo que Jesus põe a justiça em primeiro lugar. Primeiro o justo, depois adorador. Posso citar mais de 200 passagens dos evangelhos que apontam para a justiça, a fraternidade, a caridade e a ajuda aos irmãos como caminho de luz, de paz e de salvação. Sei também que há pelo menos outras mil passagens que mostram que a oração salva e liberta. Entendo, então, que é preciso agir e orar. Num caso nós abrimos a porta do lado de fora. No outro Deus a abre do lado de dentro.

Encaro o céu como o lado de dentro da vida. É como tudo começou e para onde tudo irá um dia. Deus está lá e também no lado de fora. Ele é onipresente. Somos apenas presentes aqui, mas somos convidados, pela justiça, pela compaixão e pela caridade a criar a paz ao nosso redor e, com isso, abrir nós mesmos as portas do céu do lado de fora. O céu tem dois tipos de fechaduras: as de dentro e as de fora.

Somos, pois, convidados a falar com o Pai e o Espírito Santo e pedir a intercessão
do Filho, sem esquecer de pedir aos salvos por ele que também orem por nós. De tanto orar e tocar a campainha do céu Deus nos abre as portas do lado de dentro. Então o céu se nos abre. Estou convencido que Jesus tem as chaves e que as portas são muitas. No céu espero ver muitos seres humanos bons que chegaram lá por outras portas. É minha forma de ser ecumênico. Jesus deu a entender que é assim. Releio Mateus 25, 31-46 e me torno cada dia mais ecumênico.


Padre Zezinho

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Videokê UM CERTO GALILEU (Padre Zezinho)